Uma das primeiras coisas que fazemos ao chegar na casa de alguém conhecido certamente é pedir pelo login e senha da rede Wi-Fi. Esse gesto, hoje tão natural, revela o quão importante a conexão sem fio se tornou nas nossas vidas.
No entanto, nem sempre foi assim: há cerca de vinte anos, o Wi-Fi ainda era uma novidade relativamente pouco conhecida e sequer havia chegado ao Brasil.
A história do Wi-Fi, dos seus precursores até a popularização nos dias atuais, é justamente o nosso tema de hoje aqui no blog. Venha conosco e descubra como surgiu a Internet sem fio!
Primórdios da conexão sem fio
A comunicação sem fio entre dispositivos remonta a mais de cem anos. No século XIX, o telégrafo era a grande ferramenta da comunicação à distância, mas precisava de fios… pelo menos até 1899, quando o físico italiano Guglielmo Marconi efetuou a primeira transmissão telegráfica sem fio de longa distância através do Canal da Mancha. Nascia ali o uso das ondas de rádio, ainda que de maneira primitiva.
A comunicação via rádio se desenvolveu nas décadas seguintes, passando não apenas pela transmissão de voz, mas também, por exemplo, por um sistema de controle de torpedos à distância, criados pela inventora (e atriz de Hollywood) Hedy Lamarr na década de 1940.
Em 1971, a Universidade do Havaí colocou em prática um sistema chamado ALOHAnet, que conseguia transmitir, sem fio, pequenos pacotes de dados entre computadores da instituição.
Em 1989, o órgão dos Estados Unidos responsável pelas telecomunicações autorizou o uso de três faixas de frequência para o desenvolvimento de um padrão que se tornaria futuramente o Wi-Fi. No ano seguinte, o Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) criou um comitê que definiria esse padrão, criando aí o embrião do Wi-Fi.
A história do Wi-Fi, e, portanto, o surgimento da Internet sem fio, começa para valer a partir dali, nos anos 90. Vamos ver como!
A história do Wi-Fi
O Wi-Fi como hoje o conhecemos começou a surgir com os primeiros testes pelo IEEE em 1997, à época transmitindo no máximo 1 Mbps. Em setembro de 1999, foi formado por seis empresas o conglomerado que desenvolveria essa tecnologia e até hoje é responsável por sua distribuição, o Wi-Fi Alliance. Hoje, centenas de empresas compõem o grupo.
No mesmo ano veio o lançamento comercial do Wi-Fi, cujo nome tem origem controversa, sendo associado ao Hi-Fi (transmissão de rádio de alta fidelidade) tanto quanto a uma redução de “wireless fidelity” (fidelidade sem fio), conceito usado como mote comercial da marca.
À época, os padrões de Wi-Fi já começaram a usar frequências de 2,4 e 5 GHz, até hoje utilizadas, e transmitiam até 54 Mbps, a depender da frequência e do equipamento. Era o chamado Wi-Fi 2.
Em 2003, veio o Wi-Fi 3, e, em 2009, o lançamento comercial do Wi-Fi 4. Nesta fase, o sistema contava com a chamada tecnologia MIMO, que aumentava a taxa de transferência de dados combinando as vias de transmissão. Até hoje a MIMO é usada em planos com baixas larguras de banda.
A história do Wi-Fi chega ao seu momento atual com o Wi-Fi 5 (ou Wi-Fi AC), muito usado em boa parte do mundo, inclusive no Brasil. O Wi-Fi 5 é o mais usado atualmente por ter uma boa estabilidade e permitir alta taxa de transferência de dados, suportando jogos online e streaming em HD, por exemplo.
No entanto, já existe o WI-Fi 6, aprovado em 2021, que suporta quase 10 Gbps por segundo como taxa de transmissão e é compatível com versões anteriores do Wi-Fi. A sexta versão da tecnologia ainda suporta mais aparelhos conectados simultaneamente, abrindo caminho para a tão falada Internet das Coisas e facilitando a conectividade em áreas densamente ocupadas.
Internet sem fio no Brasil
Embora a tecnologia Wi-Fi exista comercialmente desde 1999, ela só foi lançada oficialmente no Brasil em 2008, na esteira da popularização da conexão por banda larga que ganhava rapidamente lares e empresas do país à época.
No entanto, a conexão por cabo ainda foi a mais usada durante alguns anos, visto que nem todos os lugares contavam com Wi-Fi — até porque a conexão wireless dependia de um roteador, equipamento que muitos usuários não viam necessidade em comprar.
A mudança se acelerou com a popularização dos smartphones, que começou a criar uma demanda maior por conectividade sem fio. Afinal, nos primórdios do smartphone, a internet móvel no Brasil era de péssima qualidade e os usuários começaram a buscar opções para manter o celular conectado.
Hoje, embora a cobertura de Wi-Fi em locais públicos ainda esteja longe do ideal, a Internet sem fio já é uma realidade quase indispensável para milhões de casas e empresas e o Brasil acompanha mais de perto os países mais desenvolvidos no consumo dessa tecnologia.
Vale lembrar que, no entanto, para aproveitar o melhor dessa tecnologia, é necessário contar com um provedor de qualidade, que ofereça um sinal estável e robusto, capaz de atender todo tipo de demanda moderna, como streaming em HD, muitos dispositivos conectados, jogos online e assim por diante.
No futuro, o Brasil deve contar com novas versões do Wi-Fi, que nos permitirão melhor qualidade e robustez da conexão em ambientes densamente populados e o uso em larga escala da Internet das Coisas. O céu é o limite!
Fontes: Café com Review, Definição.Net, Techtudo, BBC