Depois da revolução que a tecnologia LED, evolução do antigo LCD, provocou no mercado mundial de tecnologia, foi a vez de novas invenções aparecerem, prometendo levar telas de todo tipo de dispositivo a um novo nível.
Esse foi o caso do Organic LED, ou OLED (sobre o qual também vamos falar um pouco neste artigo), e, mais recentemente, das tecnologias miniLED e microLED, que, cada qual com suas vantagens, vêm fazendo a indústria repensar seus padrões de qualidade.
Hoje, vamos entender exatamente como funcionam as tecnologias miniLED e microLED, as diferenças entre elas e quais as vantagens (e desvantagens) de cada uma. Vamos lá!
Mas, afinal, o que é LED?
LED é a sigla para light-emitting diode, ou, em português, diodo emissor de luz. Trata-se de um semicondutor que emite luz quando recebe corrente elétrica. Essa luz pode ter diferentes cores.
Em telas LED, a imagem é formada por milhares desses diodos, compondo pequenos pontos individuais de luz: os famosos pixels. No entanto, para que a imagem formada pelas cores combinadas de inúmeros LEDs, é necessária uma iluminação por trás, o chamado backlight.
E é aí que aparece um dos problemas das telas LED: esse backlight tradicionalmente ilumina a tela toda por igual, o que faz com que a luz passe por LEDs que deveriam estar apagados. O resultado é que a cor preta, por exemplo, tem um aspecto acinzentado, facilmente notável em ambientes escuros.
Para resolver problemas como esse, foram pensadas duas soluções: LEDs orgânicos capazes de realmente não emitir ou deixar passar nenhuma luz (OLED) ou backlights com zonas controláveis separadamente (o que originou o miniLED). Vamos entender a seguir!
O que é miniLED?
O desenvolvimento de backlights cada vez com cada vez mais zonas independentes melhorou o contraste, mas não impediu os vazamentos de brilho (quando uma área clara está ao lado de uma área escura e a luz “vaza” de uma para outra).
Para corrigir isso, a divisão do backlight evoluiu até chegar na tecnologia miniLED: são telas que têm nada menos do que milhares de zonas de iluminação independentes (contra dezenas ou centenas encontradas em telas LED “tradicionais”).
Essa tecnologia permite que as cores escuras, principalmente o preto, sejam mais fiéis, melhorando o contraste. Além disso, como as zonas de iluminação escurecem separadamente e não iluminam a tela toda por igual, a economia de energia é maior.
Vantagens do miniLED
Vamos conhecer exatamente as vantagens do miniLED:
- Eficiência no consumo de energia elétrica;
- Contraste maior que telas LED comuns;
- Como não há uso de material orgânico, não há degradação nem queima (burn-in) dos pixels com o tempo, como ocorre em telas OLED;
- Preços parecidos com OLED e muito mais baratos que a microLED.
Vale lembrar que, apesar de todas as vantagens, a tecnologia miniLED ainda não chegou ao nível de qualidade de imagem que a OLED e também costuma gerar mais calor.
O que é microLED?
Para entender o microLED, precisamos conhecer a outra tecnologia usada como alternativa para o problema do backlight em telas LED comuns: os OLEDs, sigla para Organic LED (LED orgânico).
Telas OLED são fabricadas com uso de materiais orgânicos que emitem o próprio brilho separadamente, sem necessidade de backlight, o que garante qualidade e contraste muito superiores a telas tradicionais. No entanto, por usarem material orgânico, são mais suscetíveis à queima de pixels, e, portanto, menos duráveis, além de não terem tanto brilho.
É aí que surge a tecnologia microLED: existe um conjunto LED de retroiluminação para cada pixel da imagem, funcionando como se cada pixel emitisse sua própria luz de forma independente e sem backlight (daí a semelhança com a OLED), mas sem o uso de componentes orgânicos, garantindo mais durabilidade.
Comparando com telas LED tradicionais, o microLED tem unidades de iluminação até 100 vezes menores. O resultado é uma imagem mais definida, com mais brilho (até 30 vezes mais) e contraste que o OLED, mas também fidelidade nos tons escuros e sem vazamento de luz. Em suma, uma imagem fantástica.
Vantagens
São as vantagens do microLED:
- Altíssima qualidade de imagem (melhor que OLED e microLED);
- Controle total sobre a iluminação dos pixels, sem vazamentos de luz;
- Baixo risco de “queima” de pixels, como ocorre comumente nas OLED;
- Flexibilidade, permitindo a fabricação de telas sobre painéis modulares ou em formatos extremamente grandes, acima de 100 polegadas, para uso comercial.
Se é viável fabricar telas enormes com tecnologia microLED, o mesmo ainda não se pode dizer das telas pequenas: como se dedica um LED para cada pixel, usar tecnologia microLED em telas menores do que 70 polegadas exigiria unidades menores do que a indústria hoje é capaz de produzir.
Além disso, como se deve imaginar, a tecnologia microLED é caríssima. As primeiras telas de 110 polegadas lançadas para uso comercial pela Samsung custavam mais de 150 mil dólares.
Diferenças entre microLED e miniLED
É muito simples: enquanto o miniLED se baseia na tecnologia LED tradicional, simplesmente usando diodos menores e aumentando a quantidade de zonas de retroiluminação independentes, o microLED se assemelha mais a uma evolução do OLED, com LEDs que emitem luz individualmente, sem necessidade de backlight.
Na prática, essa diferença leva também a outra, que é o tamanho dos pixels: numa tela de LED tradicional, um pixel tem pelo menos 8mm, enquanto que na miniLED esse tamanho é de aproximadamente 0,2mm, e, na microLED, pode chegar a 0,08mm. Obviamente, como esse dado sugere, a qualidade de imagem no microLED acaba sendo muito maior.
A iluminação própria e independente de cada pixel também ajuda o microLED a garantir preto perfeito, ausência de vazamentos de luz, maior confiabilidade e contraste do que qualquer outra tecnologia existente.
Independentemente de você escolher para si uma tela LED, miniLED, OLED ou até mesmo (se tiver muito dinheiro) uma microLED, lembre-se de ter uma internet que dê conta do uso que você fará com seu dispositivo, seja ele um notebook, smartphone ou smart TV. Boa sorte!
Fontes: Meu Positivo, Tecnoblog, Canaltech