O que é a Web 3.0 e como ela revolucionará a internet?

Assim como as eras que dividem momentos da sociedade, a internet também conta com períodos de demarcação. É neste contexto que surge a Web 3.0, um conceito que tem tomado forma desde 2014, mas, por ora, caminha em seus primeiros passos. 

Na contramão das tendências atuais, a modalidade em questão concentra expectativas acerca de práticas descentralizadas e maior privacidade de dados na navegação. Essas e outras características constroem uma tendência que se aproxima da dinâmica da internet. Nas linhas a seguir, saiba em detalhes o que é a Web 3.0. 

Linha do tempo

Ao falar de Web 3.0, naturalmente pressupõe-se que existem outras webs que antecedem. Por isso, vale retomar os conceitos anteriores para entender os caminhos que a internet percorreu até chegar na “terceira geração”.

Web 1.0 

Como sugere a nomenclatura, a Web 1.0 é a primeira era do mundo conectado. Neste período, que começa a partir dos anos 1980, a internet ainda é um universo pouco explorado e se encontra engatinhando. 

Quem tinha acesso às páginas, o fazia para encontrar algo nos buscadores, que funcionavam como enciclopédias, para consultar sites de notícias ou endereços virtuais de empresas. Um dos aspectos mais marcantes desta fase é o uso passivo da rede, uma vez que quase não havia possibilidade de interação entre locutor e interlocutor. 

O visual, bastante primitivo, mal contava com imagens e, quando continha, eram de baixa resolução. No mais, eram páginas chamadas de “estáticas”, visto que não continham alterações de modo geral. 

Web 2.0 

Avançando um pouco na linha do tempo, chegamos no começo dos anos 2000 — momento em que as coisas começam a tomar outra forma na web. A internet sai do espectro passivo, que praticamente reproduzia a lógica da TV e do rádio, e passa a permitir interação entre as pessoas. 

Sim, este é o momento em que os chats, os bate-papos e os mensageiros aparecem na história. Não só eles, mas também as redes sociais. No Brasil, o Orkut ganha adesão popular, ao passo que Facebook e Myspace se difundem mundo afora. 

pessoas se comunicando por via de redes sociais na internet 2.0

Posteriormente, chegam plataformas mais recentes, como o Instagram, que também divide espaço com os mais variados serviços de streaming na rede. Surge, então, a possibilidade de venda de dados por meio de atividades na web, o que ajuda a entregar os anúncios direcionados que conhecemos hoje. 

O dado move a dinâmica da internet neste período, a sociedade se transforma em sociedade da informação e toda a atividade das pessoas na web acaba gerando renda para os gigantes neste ramo.

Web 3.0 

Eis que chegamos à Web 3.0 que, por enquanto, tem seus conceitos esboçados. Ainda inseridos na lógica da segunda geração, parece distante falar sobre investimento em uma navegação tão realista a ponto de se misturar com o mundo. Ou mesmo mencionar a possibilidade de avançar – e muito – na proteção de dados

Pode-se dizer que o futuro almeja caminhar na contramão da centralização vivida hoje. Ou seja, a próxima era ambiciona retirar o poder centralizado das bigtechs para colocá-lo na mão dos próprios usuários. 

O termo surge por volta de 2014, impulsionado pelo britânico Gavin Wood, (um dos fundadores da criptomoeda ethereum), e pelo russo-canadense Vitalik Buterin. As bases deste projeto se apoiam em blockchain, ubiquidade e P2P. Confira o significado dos termos abaixo. 

Características da Web Semântica

Também conhecido como Web Semântica, a terceira geração da rede promete aproximar cada vez mais homem e máquina. Seja pelo machine learning ou pela inteligência artificial, a tendência é criar conteúdos mais assertivos com o passar do tempo, sem ser necessário invadir a privacidade do usuário para isso. Além disso, a nova era da internet também se caracteriza pelos seguintes aspectos: 

Baseada na lógica de blockchain

Na nova era da internet, o foco continua sendo os dados. Entretanto, a forma com que se trata, armazena e distribui esses dados é totalmente diferente. Isso porque nesse formato a base de informações é aberta, mas o que é registrado nela é permanente e inviolável.

Em síntese, a lógica do blockchain contrapõe a venda de dados, pois ela os distribui sem ter um único administrador. Bastante conhecida no mundo tecnológico, ela já é usada na dinâmica de NFTs e criptomoedas, como o Bitcoin. 

conceito de blockchain

Perpetua a ubiquidade

Ubíqua ou onipresente, não importa. O que se sabe, é que a tendência da Web 3.0 é habitar todos os espaços, com cada vez menos limitações de conectividade e hardware. Uma das projeções sugere que os aparelhos vão demandar cada vez menos sofisticação, já que o foco se voltará para a elaboração da nuvem – a que conhecemos hoje por conta do armazenamento. 

Amplifica a prática do P2P

O Peer-to-peer, na tradução literal, sugere algo como “pessoa para pessoa”. Assim, o termo indica algo mais horizontal e igualitário. No caso da distribuição de dados, este formato dispensaria a ordem servidor > cliente, dado que os usuários da rede poderiam desempenhar tarefas sem o intermédio de empresas maiores. 

Quem já fez downloads pelo µTorrent, ou já usou o Kazaa, já esteve diante de uma operação P2P, mesmo que não soubesse que se tratava disso. Nesses casos, as pessoas podem assistir filmes e/ou compartilhar coisas em cadeia sem precisar de servidores para tal.

Vantagens da Web 3.0

Vale mencionar que a ambição de um novo projeto de internet é aproximar usuários e ultrapassar barreiras. Por conta da ubiquidade que se espera dela, a projeção sugere um mundo que funde máquina e realidade, de modo a proporcionar experiências virtuais muito próximas daquilo que se vive no mundo real. 

Não é à toa, que o termo semântica é atribuído à terceira geração da internet, já que a assertividade deve ser um fator cada vez mais evidente, ao mesmo tempo que a dinâmica igualitária também ganha espaço nas pretensões do futuro.

Por fim, é preciso dizer que ainda não se sabe ao certo o que é Web 3.0, uma vez que é um conceito em construção. Entretanto, já existem expectativas acerca do tema, bem como esforços para aproximá-la da realidade em um futuro próximo. 

Gostou de saber sobre o tema? No blog da Explorernet você encontra artigos sobre os mais variados assuntos do mundo conectado. Acompanhe a gente e continue por dentro das novidades. 

Fonte(s): 

BeInCrypto, Bitmag, CanalTech e RNP.